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Postura defensiva ou estratégia planejada? É complicado definir até que ponto o Corinthians utilizou cada uma delas na sua vitória por 1 a 0 contra o Palmeiras, com um gol de Yuri Alberto, no primeiro confronto da final do Campeonato Paulista.
A melhor explicação foi dada por Emiliano Díaz, auxiliar e filho de Ramón: trata-se de compreender o cenário do jogo, não apenas de se proteger. Atuando em casa, com um elenco mais caro, era natural que o Palmeiras tivesse maior controle da bola e gerasse mais oportunidades. Portanto, o Corinthians precisava se defender adequadamente se quisesse sair com um resultado positivo do Allianz Parque.
Não se ensaiou uma tática apenas defensiva. O que ocorreu é que estamos falando de uma equipe que investiu consideráveis quantias. Não é uma tarefa simples. O oponente jogava em sua casa, em um campo sintético. Também não dá para atacar e manter a posse constantemente. A defesa não foi uma escolha; foi o Palmeiras que colocou o Corinthians nessa posição.
— Emiliano Díaz, filho e auxiliar de Ramón
Conscientes de que essa seria a realidade do Corinthians na partida, o treinador e seu assistente optaram por alterar o formato tático do time em relação ao jogo contra o Barcelona do Equador, na quarta anterior.
Garro foi substituído por Romero. Com essa mudança, o Corinthians deixou o sistema 4-3-1-2 e passou a adotar o 4-2-3-1, com Romero, Carrillo e Memphis fazendo a linha de meias atrás de Yuri Alberto. Destaca-se Memphis, que atuou mais aberto e teve uma função muito mais defensiva do que o habitual.
A modificação tática foi uma decisão estratégica de Ramón: acompanhar Raphael Veiga de perto para impedir que a bola chegasse com qualidade à área. O Palmeiras produziu bastante e teve chances de empatar, mas encontrou dificuldades para trabalhar pelo meio e precisou explorar mais as jogadas pelas laterais.
Isso se deve à sólida estrutura defensiva do Corinthians. No 4-2-3-1, a linha defensiva permaneceu bem posicionada, praticamente fixa na área. Os volantes, Martínez e Raniele, tinham a tarefa de neutralizar quem recebesse a bola naquela região, como Veiga, Estêvão e Richard Ríos, que avançou bastante.
Veiga recebeu uma atenção especial: era monitorado por Martínez e Ryan, que entrou no segundo tempo, constantemente. Se ele se escapava, Raniele podia deixar qualquer outro jogador livre e reforçava a marcação sobre o meia palmeirense, que não foi tão eficiente como de costume. A linha defensiva se mantinha sempre alinhada, criando um bloqueio para evitar finalizações de Facundo ou Estêvão.
Sob essa perspectiva, parece que o Corinthians entrou ciente de que seria uma partida desafiadora. E realmente foi. É até injusto exigir que o Timão fosse dominante e tivesse maior posse de bola contra seu principal rival, fora de casa.
Uma alteração significativa aconteceu na posição de Carrillo. Jogador de desempenho consistente, ele atuou fora de sua zona habitual, desempenhando a função de segundo meia pela esquerda. Ele jogou em uma posição mais central e assumiu um papel mais criativo. Na parte defensiva, recuava para marcar Facundo pelo flanco esquerdo, reforçando ainda mais a solidez defensiva do Corinthians.
Essa decisão foi tomada por Ramón, que, ao perceber as dinâmicas do jogo, elaborou uma estratégia para bloquear o adversário. Alguma objeção a isso? Nenhuma.
O futebol se baseia essencialmente em escolhas, e o mais interessante é que uma decisão não elimina a outra. Decidir se defender de uma forma específica não significa desistir do ataque. Na verdade, a maneira como uma equipe se defende tem um impacto direto em como ela ataca. Tudo está conectado.
No esquema 4-2-3-1, Memphis e Romero se movimentavam mais pelas laterais. Observe a imagem acima. Pode-se notar que ambos, juntamente com Yuri Alberto, não têm qualquer responsabilidade defensiva durante a jogada. Isso foi intencional. Ramón pretendia que a sólida estrutura defensiva do Corinthians proporcionasse liberdade para que o trio pudesse aproveitar os contra-ataques e explorar os espaços deixados pelo Palmeiras, que estava totalmente avançado.
Reanalisando todo o episódio do gol, percebe-se que tudo começa com a recuperação da bola pelo Corinthians. A jogada se desenvolve para Memphis, posicionado na esquerda, que se empenha na disputa, luta e conecta com Yuri. Em um movimento brilhante, ele abre o placar.
Frequentemente, uma decisão que à primeira vista parece ser defensiva pode, na realidade, facilitar o ataque. Afinal, o contra-ataque também é uma forma de atacar.
Se essa estratégia foi deliberada ou não, nunca saberemos. O que realmente conta é que o Corinthians soube enfrentar um adversário em ótima fase, jogando fora de casa, e conquistou uma vantagem significativa para a decisão. No entanto, levando em conta o histórico do Palmeiras com Abel, nada está resolvido. A competição continua em aberto, com o Corinthians em posição de vantagem.
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