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A administração de Claudio "Chiqui" Tapia na presidência da Associação do Futebol Argentino (AFA) é digna das duras críticas que recebe – campeonato desvalorizado, regras estranhas, suspensão de rebaixamento, entre outros. No entanto, até um relógio parado acerta a hora ocasionalmente. A conquista da Copa do Mundo é a primeira ocasião em que se pode argumentar sobre o impacto de Tapia. O segundo feito significativo também merece reconhecimento e toca de forma positiva um assunto delicado para os argentinos: o retorno das torcidas visitantes.
A segunda rodada do Torneio Clausura assinalou o regresso dos torcedores adversários aos estádios argentinos após doze anos. No sábado, a torcida do Rosario Central levou cerca de seis mil fãs para acompanhar o duelo contra o Lanús, no conurbano sul de Buenos Aires. Mais tarde, naquele mesmo dia, os fãs do River Plate estiveram presentes no Mario Alberto Kempes para assistir a equipe de Marcelo Gallardo vencer o Instituto de forma convincente. A proibição estava em vigor no campeonato, especialmente no que diz respeito à Buenos Aires (os clássicos de Córdoba, por exemplo, continuaram recebendo torcedores de Talleres e Belgrano), e por isso, no ano passado, tivemos o primeiro Superclássico com as duas torcidas após seis anos, uma vez que a partida foi válida pela Copa Argentina e ocorreu em campo neutro, distante da capital.
É simbólico que o reencontro de torcidas rivais tenha ocorrido na partida entre Lanús e Rosario Central. Em 2013, a proibição dos visitantes começou exatamente após a morte de um torcedor do Lanús, que tentava entrar no Estádio Ciudad de La Plata para um jogo contra o Estudiantes. Além disso, o adversário do último sábado recentemente trouxe de volta o campeão mundial Angel Di Maria, que atrai torcedores de todas as idades – muitos torcedores "neutros" foram ao estádio no sábado para celebrar o herói nacional. O time da casa, Lanús, até fez questão de estender uma bandeira para recebê-lo. Em seu regresso, quase como uma justiça poética e histórica, os visitantes saíram vitoriosos, e o gol foi de Di Maria, que converteu um pênalti.
Entretanto, o retorno das duas torcidas nas arquibancadas não se aplicará a todos os jogos. A reintrodução ocorrerá de maneira gradual, em partidas específicas, provavelmente mais frequentes na Província de Buenos Aires, já que Chiqui Tapia enfrenta sérias desavenças com Javier Milei. Por enquanto, nenhum clube será obrigado a aceitar torcedores visitantes, portanto, não teremos torcida rival no Monumental de Núñez ou na Bombonera, uma vez que os torcedores locais já garantem a capacidade total dos estádios. Até o Rosario Central já informou que não haverá reciprocidade com o Lanús, pois o Gigante de Arroyito já tem sua ocupação total assegurada pelo restante da temporada.
Nos dois jogos que funcionaram como testes para o retorno, não houve qualquer registro de incidentes significativos, o que deve servir como motivação para que a iniciativa continue. Ao comunicar o retorno dos torcedores visitantes, Chiqui Tapia destacou que é uma verdadeira mudança no cenário do futebol argentino. Mais uma vez, o tempo parado se revelou preciso: a proibição de torcidas visitantes apenas transfere a tensão e a violência para fora dos estádios, além de reduzir o futebol a um simples evento, perdendo seu caráter social.
Por treze anos, as torcidas argentinas dedicaram seus cânticos aos rivais, mas esses ecos retornavam vazios, criando uma sensação de solidão, mesmo em um estádio repleto de pessoas. O retorno dos visitantes representa um marco crucial para que a celebração do futebol, campeão mundial, esteja finalmente completa em sua plenitude emocional, repleta de gritos e cores. Ademais, claramente, desempenha um papel essencial na formação do caráter dos jovens torcedores: não há nada mais angustiante e significativo do que presenciar e ouvir a torcida oponente festejando um gol dentro do seu próprio estádio.
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