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No retorno à Argentina, Botafogo jogou como coadjuvante


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Quando um clube vence a Libertadores, a expectativa do seu torcedor é que na temporada seguinte ele consiga ao menos defender o título com alguma autoridade. Repetir a conquista é bastante difícil, e na verdade a torcida nem pensa realmente nisso, pois ainda está em estado de delírio, habitando outros universos, mas simplesmente ser recebido em campos alheios como vigente campeão que merece ser temido é motivo de orgulho. Absolutamente nada disso acontece hoje com o Botafogo.

No retorno à Argentina, cinco meses após vencer a Libertadores, a equipe alvinegra estava absolutamente irreconhecível em relação àquela que reconstruiu a história no fim do ano passado. Ainda que diante de um adversário em crise (o Estudiantes estava há quatro jogos sem vencer e o técnico Eduardo Dominguez, mesmo vitorioso, balançava no cargo), o atual campeão da Libertadores acabou totalmente envolvido, praticamente sem ameaçar o gol dos pincharratas de La Plata. Jogando como um participante qualquer.


A história do jogo, ou ao menos o resultado, certamente passa pela falha do arqueiro John, que levou um frango largo como o Rio da Prata ao aceitar o chute mascado e desviado do centroavante Carrillo. Mas o desempenho botafoguense, é claro, não se explica apenas por este evento dramático. Como vem sendo hábito desde o começo da temporada, o Botafogo pecou na execução de ideias, com os jogadores extremamente distantes uns dos outros, sem dinâmica e sem um desafogo sequer. O problema da equipe passa longe da falta de competitividade -- na verdade, é o contrário: é um time que hoje apenas compete.

As críticas que recaem sobre o técnico Renato Paiva são justas. Exceto nos jogos contra Palmeiras e Juventude, nada em sua equipe parece ter fluidez. Uma faísca do antigo brilho ainda é percebida quando um Savarino quase marca um golaço, mas atualmente o Botafogo sofre para atacar e se desespera quando precisa se defender. No entanto, há circunstâncias anteriores a Renato Paiva: após a gloriosa temporada do ano passado, John Textor optou por ficar meses sem um treinador. Somando isso à saída de nomes fundamentais, foi jogado no lixo o legado de um time que simplesmente havia varrido o Brasil e o continente.


Há um par de dias, o empresário americano fez questão de defender o trabalho de Renato Paiva. Jogou a responsabilidade para os jogadores, que não estão tendo bom desempenho. E cogitou, até em tom de ameaça, que vai precisar contratar no meio do ano. Na verdade, a postura de Textor é uma autodefesa: se admitisse que o trabalho de Paiva é insuficiente, também admitiria seu próprio fracasso na transição do comando técnico. Acontece que brincar de videogame no futebol real geralmente não funciona duas vezes.

Perder para o Estudiantes em La Plata não é vergonha para clube algum -- na verdade, quase ninguém vence na casa de um dos maiores campeões do futebol continental. A postura e o desempenho do Botafogo, que se repetem desde o início do ano, é que são motivo de decepção. No retorno à Terra Prometida, o campeão sequer conseguiu se fazer respeitar. Em comum com o time que entrou em campo no Monumental de Núñez naquele 30 de novembro de 2024, praticamente só a camisa.

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