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Um fiasco para a eternidade: goleada da Argentina sobre o Brasil



O resultado de 4 a 1 já seria alarmante por si só, já que foi a primeira vez que o Brasil sofreu quatro gols nas Eliminatórias, além de ser a derrota mais expressiva para a Argentina em 65 anos. Entretanto, a situação foi ainda mais desoladora: além de uma derrota acachapante, a Seleção Brasileira não se mostrou em nenhum momento competitiva. De fato, a Argentina atuou como se estivesse realizando um treino de alto nível.

Na trajetória entre esses dois gigantes sul-americanos, é difícil recordar, se é que houve, algum embate em que a superioridade tenha sido tão evidente em campo. Com apenas doze minutos de jogo, o time de Dorival Jr. já estava perdendo por 2 a 0, e antes mesmo disso, o Monumental de Núñez já ressoava um grito precoce, decidido e embaraçoso (para nós) de "olé", como se o restante da partida (que era praticamente toda) fosse apenas uma formalidade, um período enfadonho a ser cumprido antes que os cerca de oitenta mil torcedores se dispersassem para as pizzarias e bodegones da capital argentina, que certamente ofereciam emoções e desafios mais intensos do que a equipe brasileira poderia proporcionar.

Mesmo após uma sequência de apresentações decepcionantes que já tinham diminuído todas as expectativas, o time de Dorival Jr. conseguiu se superar negativamente: a saída de bola era um desastre, o meio-campo quase não existiu e os atacantes sucumbiram à evidência da força coletiva argentina. Jogadores que são estrelas em grandes clubes europeus, como Vinicius Jr. e Rodrygo, pareciam correr sozinhos e desesperados, cada um em uma direção, como se tentassem mais escapar do que atuar. Mesmo o goleiro Bento demonstrou fragilidades, e isso nos leva a questionar se alguém que escolhe participar de uma liga tão rica, mas pouco competitiva, como a saudita, merece ser convocado para a Seleção Brasileira. Mesmo diante deste cenário caótico, é necessário estabelecer algum limite.


Como um tempero e uma trilha sonora para o vexame, com o bandoneón lamentando, estavam as declarações de Raphinha, numa conversa com Romário, sobre dar porrada em campo e fora dele, de todas as formas, especialmente em si mesmo, aparentemente. Em um momento de empolgação desmedida, o destaque do Barcelona acabou sendo ofuscado pelo jogo e teve que aprender, além do portunhol, a linguagem da brutalidade. Raphinha não conseguiu lidar com o ônus que ele mesmo criou, porque, entre outras milongas, hoje o Brasil não consegue competir com a Argentina em igualdade de condições. Nesse contexto, a sua bravata soou apenas como uma provocação vã, deslocada no tempo e no espaço, como o Vovô Simpson gritando para as nuvens.

Tanto em aspectos técnicos quanto emocionais, atualmente, as seleções da Argentina e do Brasil atravessam momentos históricos completamente distintos. De um lado, temos a equipe campeã mundial, que provavelmente exibe o futebol coletivo mais impressionante entre as seleções, jogando com a leveza de heróis que conseguem ser reconhecidos ainda em vida. Do outro lado, está a equipe de Dorival Jr., que parece estar em cacos, incluindo suas emoções, apresentando uma tática tão sólida quanto um guardanapo encharcado. A Seleção Brasileira falhou precisamente por não considerar isso. Caiu na arrogância (que, como sabemos, é parte da essência do futebol nacional, para o bem e para o mal) e, por conta disso, enfrentou uma queda histórica. Um fracasso que será lembrado por gerações.

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