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Apenas o sucesso do "Manobol" pode salvar a temporada do Grêmio


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A vitoriosa carreira de Mano Menezes foi marcada pelas soluções pragmáticas acima do virtuosismo, o que rendeu ao estilo do técnico a alcunha, ao mesmo tempo graciosa e pejorativa, de Manobol -- um conceito que preza pela segurança defensiva e, acima de tudo, pelo resultado. Contra o CSA, pela Copa do Brasil, o técnico chegou a três jogos no comando gremista, e o placar de 3 a 2 para o time alagoano faz com que os tricolores hoje torçam para que o Manobol seja implantado o mais rápido possível. Disso depende o restante da temporada gremista.

Antes de mais nada, contexto. O que sustenta o brilho da Copa do Brasil é o fato de que um clube que está na Série C, mas tem torcida e tradição, consiga impor um calor infernal para cima do Grêmio (ou qualquer outro dos maiores clubes do país). Quase sempre a camisa de maior tradição avança, mas é certo que terá uma vida muito dura quando jogar de visitante. A festa que a torcida do CSA fez no estádio Rei Pelé ao fim da partida, com a revirada azulina já nos minutos finais, é o que o futebol brasileiro tem de mais genuíno.

Depois, para os gremistas, a dura constatação. Mano Menezes terá pela frente uma tarefa árdua para fazer do Grêmio uma equipe com alguma consistência. São três jogos na casamata tricolor, o que não é nada para se avaliar qualquer trabalho, obviamente. Por enquanto, Mano precisa conviver com um legado que passou por Gustavo Quinteros, mas na verdade vem desde os últimos tempos de Renato Portaluppi: um time instável, cheio de espaços, que apresenta muitas dificuldades para se defender.

Apesar da derrota contra o CSA, ouso dizer que a atuação de Mano Menezes já começa a surtir algum efeito -- o Manobol já espia pelas frestas. Durante o trabalho de Quinteros, por exemplo, uma das críticas mais duras era que o time abusava de ligações diretas, que o meio-campo apenas observava a bola sobrevoando a imensidão de grama. Mano Menezes também é adepto de transições rápidas, mas se percebe que hoje a equipe busca fazer isso com a bola no pé -- os jogadores de meio-campo ganharam uma promoção. A velocidade tenta respeitar o fluxo entre os setores do time.

No entanto, os gargalos são graves. As dificuldades para se defender continuam explícitas -- nos dois empates contra Godoy Cruz e Vitória e na derrota para o CSA, foram seis gols sofridos. Seguindo os preceitos do manomenezismo, a doutrina por trás do Manobol, este é o mais grave dos pecados -- o ideal, bem sabemos, seria sempre vencer por 1 a 0, atacando como quem cutuca e amparado na defesa por um cinto de castidade. Hoje, os problemas estruturais do Grêmio já começam a expor os jogadores de forma individual, independentemente da hierarquia: tanto o experiente arqueiro Tiago Volpi quanto o lateral iniciante Igor Serrote estão na mira da torcida, por exemplo. E, além deles, talvez outros 23 jogadores do elenco.

Especialista em estancar sangrias, Mano Menezes foi contratado por dois motivos, um pragmático e outro conceitual: livrar o Grêmio de qualquer risco de rebaixamento e, se possível, fazer a equipe jogar mais. Porque a equipe, de fato, pode jogar muito mais do que fez nestes primeiros quatro meses: poucos clubes dispõem de jogadores como Cuellar, Villasanti, Kike Oliveira, Monsalve e Braithewaite. No papel, o time sempre pareceu promissor, e esta indecisão existencial -- acreditar no que poderia ser ou se desesperar com o desempenho real -- provavelmente é o que mais angústia causa na torcida gremista. E exatamente por isso, neste momento, apenas um Manobol bem executado, sem azeite e sem firula, pode oferecer algum horizonte.

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