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Elora Dana fará nesta próxima sexta-feira, 11, sua estreia na PFL, em sua primeira luta internacional. Campeã peso-mosca do Jungle Fight, a lutadora amazonense cabe no velho clichê “chegar até aqui já é uma vitória”. Mas ela quer mais. Aos 26 anos, promete não só bater a russa Diana Avsaragova nesta primeira rodada do torneio até 56,7kg, mas quer ser campeã, ainda que “muitos me subestimem".
O Combate transmite o card da PFL nesta sexta-feira a partir de 21h30 (de Brasília), com exclusividade, direto de Orlando (EUA). As duas primeiras lutas serão exibidas ao vivo no Combate.com,
Elora Dana tem daquelas histórias em que as dificuldades se apresentam em sua vida desde sempre. Ela é nascida em Uarini e criada em Tefé, e hoje mora em Manaus. A mãe, que a criou sozinha, faleceu vítima de um câncer quando Elora tinha 12 anos. Foi quando a lutadora se viu diante da primeira grande batalha. Os irmãos, de pais diferentes, seguiram outros caminhos. Ainda criança, ficou sozinha em casa. As lembranças se misturam na cabeça em meio aos últimos preparativos nos Estados Unidos.
- Eu estou aqui e passam as lembranças de tudo o que passei. A lembrança que mais passa pela minha cabeça, quando ontem eu estava tirando foto, fazendo vídeo (na promoção da luta para a PFL), e estando na viagem, é que eu morava sozinha e fui abandonada pelo meu irmão mais velho. Eu só tinha uma cama e uma cômoda. Onde eu morava era tudo escuro, então quando chegava em casa ficava com medo de entrar, tinha 12 anos. Mas eu falava assim: “o Senhor está comigo e é o que importa, o senhor vai cuidar de mim”. E eu chegava em casa, me ajoelhava na beira da cama e começava a orar: "Senhor, me tira daqui, me socorre, muda a minha vida, muda a minha história”.
Na entrevista exclusiva ao Combate.com, Elora recorda que pelo seu jeito reativo também tinha dificuldades em ficar na escola ou trabalhar. Abaixar a cabeça ou não reajir a uma agressão nunca foi uma opção na vida.
- Naquele tempo, não conseguia ir à escola porque as pessoas me apelidavam, mexiam comigo e eu não conseguia bater boca, eu brigava. Era a única forma de me defender. E foi quando eu parei (a escola). Eu falava: "Deus, não sei o que vou fazer, a única coisa que sei trabalhar é ajudante de cozinha, e é só”. Se eu for trabalhar em outras coisas não sei se vou ter paciência para escutar, porque muitas vezes os patrões querem te humilhar e tenho pavio muito curto, eu não aceito e seria desempregada na hora. "Deus, a única coisa que sei é lutar. Não sei se foi um dom que o senhor me deu, mas é a única coisa, então vou me dedicar". E naquele momento eu começava a entregar tudo na mão de Deus. Eu falava que queria ser uma grande lutadora profissional, que queria estar entre as melhores, ou então até ser a melhor. Porque é meu sonho.
Foi a mãe de Elora quem fez seu primeiro quimono quando ela começou a treinar taekwondo aos 8 anos. Aos 12, Elora começou a treinar jiu-jitsu. Em meio a uma vida quase sem rumo, uma mão amiga a ajudou.
- Foi quando recebi uma proposta de uma moça, a Regiane, que me considera como filha de criação. Ela me chamou para ir pra Maraã morar com ela, estudar e trabalhar. Só que eu não queria ir pelo fato de que sempre gostei de luta, de treinar, e lá não tinha. Só que era minha única saída, e peguei e fui. Comecei a estudar, comecei a trabalhar e treinar novamente. Comecei a focar no meu sonho novamente. "Tenho que agarrar a oportunidade, tenho que ir para frente, não posso mais desistir”. Tinha dias que chorava de dia e de noite. A adolescência é uma fase que a gente quer sair, quer se divertir com nossos amigos, mas deixei o que eu queria no momento para algo que eu queria futuramente, que é hoje estar aqui.
Evangélica, Elora Dana acredita que Deus é a única explicação para chegar a um dos principais eventos de MMA do planeta, depois de se tornar campeã na maior organização da modalidade na América Latina. Com sete vitórias em sete lutas, ela foi campeã do Jungle Fight em março de 2023, tendo defendido o título com sucesso duas vezes.
- Falo que a minha trajetória até aqui é guiada por Deus e eu não tenho dúvida disso. Não era para eu estar aqui. Acredito muito em Deus, então falo com um testemunho. Aos meus 15, 16 anos, fui furada. Brigava muto na rua, mas não era que eu brigava, as pessoas encrencavam comigo, e aí veio uma mulher e um rapaz, os dois contra mim. Ela me chamou e empurrou (uma faca) no meu peito e me furou, então tomei a faca dela, tenho até a marca na minha mão. Tomei a faca, senão acho que ela tinha me matado, tenho um furo aqui no meu peito. E aquilo perfurou o meu pulmão. E quando fui para o médico o doutor falou que eu tinha morrido e revivido, ele falou que eu era um milagre de Deus. Eu sou um milagre. Tudo isso que está acontecendo na minha vida não era para estar acontecendo se não fosse a permissão de Deus. Acredito que estou num local que Deus está me preparando e me capacitando, e vai me capacitar mais ainda.
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