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As características superlativas e a tendência ao exagero estão intrinsecamente ligadas à essência flamenguista. Essa é uma marca do clube e da sua torcida, totalmente compreensível, pois trata-se de um time popular que traz consigo ecos de grandeza em seu cotidiano. Não deve haver espaço para a modéstia. Portanto, caso o Flamengo precise vencer, que o faça jogando da forma típica do Flamengo.
Quando esse espírito grandioso encontra respaldo na própria equipe, a comunidade rubro-negra vive em sintonia. Isso é evidente neste momento com o grupo comandado por Filipe Luís, um profissional distinto que defende e aplica táticas de jogo ousadas, bem distante do simples pragmatismo e de uma eficiência sem vida, que sempre representa o caminho mais fácil para se firmar no cenário futebolístico.
Por todas essas razões, era esperado que o Flamengo buscasse enfrentar o Bayern, tentando impor suas ideias – "se não for para ser assim, eu nem vou", exclama um torcedor rubro-negro ainda fora de casa, vestindo a camisa número oito de Adílio enquanto finaliza seu último gole da jornada. E até aqui não há problema algum. Na verdade, existem razões para celebração: é sempre encorajador ver um clube brasileiro desafiando um gigante europeu sem abrir mão de suas crenças.
A principal dificuldade no embate contra a máquina alemã, que consome sonhos, foi mais uma vez a evidência da distância existente entre as principais equipes sul-americanas e os superclubes europeus. Essa responsabilidade não deve ser atribuída ao Flamengo ou ao método de Filipe Luís, mas reflete diretamente a situação econômica atual do futebol. Os grandes clubes europeus, que são poucos e não refletem nem mesmo a realidade do futebol em seu próprio continente, mantêm uma distância angustiante dos demais times.
Além disso, é verdade que o desenrolar do jogo foi marcado por trágicos acontecimentos nos primeiros minutos. Confuso e sem entender bem a situação, o Flamengo sofreu um 2 a 0 em torno de dez minutos de partida. A fase inicial mostrou a equipe brasileira conseguindo bons momentos apenas ocasionalmente, enquanto enfrentava sérias dificuldades para impor seu estilo. Para "jogar como Flamengo" ou até mesmo para atuar como o Flamengo sob a orientação de Filipe Luís.
Não se tratou de um jogo equilibrado. O Bayern conduziu a partida da maneira que lhe parecia mais cômoda — ora com uma intensidade terrível, ora desacelerando para medir o esforço. E não há qualquer desonra para o Flamengo na forma que o jogo tomou. Quando o time rubro-negro parecia finalmente conseguir elevar sua performance, o abismo financeiro tomava forma. E, nesse momento, surgiam Harry Kane, Joshua Kimmich e Josip Stanisic. O sistema, bem, nós sabemos como ele funciona. Neste caso, referimo-nos ao sistema financeiro.
O Flamengo sai da Copa do Mundo de Clubes deixando (ou mantendo) uma ótima impressão. Por exemplo, teve uma atuação notável contra o Chelsea, um clube europeu que atualmente pode ser comparado à realidade da América do Sul. A equipe tem o direito de se lamentar, pois o sorteio das fases eliminatórias se mostrou particularmente cruel — a formação de Filipe Luís tinha a capacidade para avançar, caso enfrentasse outros adversários.
O próprio treinador do Flamengo declarou, em uma entrevista após a partida: "É um time mais forte que o nosso, é simples." Uma resposta elegante, consciente e honesta. Pois ser eliminado pelo Bayern não é um problema. Além disso, exigir que uma equipe sul-americana, mesmo que seja o Flamengo com todo seu potencial financeiro e técnico, consiga competir com o Bayern, neste momento da história, também não seria algo muito justo.
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