Wolff critica design dos carros atuais por prejudicar desempenho de Hamilton na F1

Chefe de equipe da Mercedes, Toto Wolff voltou a tecer opiniões sobre a atual fase da carreira de Lewis Hamilton, com quem dividiu a rotina na escuderia entre os anos de 2013 e 2024. Aos 40 anos de idade, o heptacampeão foi anunciado no início do ano passado como novo piloto da Ferrari, mas teve uma temporada de altos e baixos e ficou atrás do então companheiro George Russell na tabela final do último campeonato.

Entretanto, Wolff não acredita que o desempenho aquém do esperado de Hamilton em 2024 tenha a ver com a idade ou com o anúncio da ida para a Ferrari antes mesmo da temporada - fator que poderia ter desmotivado o piloto na Mercedes. Para ele, o problema está na forma como os carros atuais da F1 se comportam: o estilo de Lewis não seria o mais adequado para esses veículos, na visão do gestor.

- Essa geração de carros não combina com Lewis. Ele freia tarde e dirige o carro de forma agressiva nas curvas. O carro e os pneus às vezes não perdoam isso. Isso é mais perceptível na classificação do que na corrida. Podem ter existido outros fatores envolvidos (no desempenho ruim), mas não acho que ele já estava com a cabeça na nova equipe. Lewis é profissional demais para isso – explicou Toto, em entrevista ao “Auto Motor und Sport”.

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O desempenho de Hamilton nas classificações em 2024 ficou, de fato, muito abaixo do esperado. O britânico foi superado com grande vantagem por Russell e, das 24 provas disputadas na temporada, só conseguiu largar à frente do companheiro em cinco oportunidades. Uma das marcas de Russell nas pistas é justamente o estilo de pilotagem mais suave.
Apesar de considerar o estilo diferente de condução como o maior problema de Hamilton atualmente, Toto já deu declarações que deram a entender que a idade tem sim seu peso. Ao lançar o livro “Inside Mercedes F1: Life in the Fast Lane”, o chefão detalhou sua reação ao saber da ida de Hamilton para a Ferrari e disse ter gostado da situação por não precisar dizer “queremos parar” ao heptacampeão.

Além disso, Wolff também disse na época que optou por não oferecer um contrato mais longo a Hamilton por considerar que todos os pilotos têm um limite de tempo para competir em alto nível:

- Há uma razão pela qual assinamos apenas um contrato de 1 + 1 (um ano com mais um de extensão opcional). Estamos em um esporte onde a agudeza cognitiva é extremamente importante, e acredito que todos têm um prazo de validade - declarou o dirigente austríaco na ocasião.

Apesar de o comentário de Wolff não ter citado diretamente o nome de Lewis Hamilton, a declaração repercutiu. E ao ser perguntado sobre o assunto, o chefão da Mercedes disse desta vez que atletas de altíssimo nível como o britânico podem deixar essas questões de lado - ele também citou Alonso, que segue no grid aos 43 anos de idade.

- Isso (agudeza cognitiva) afeta a todos nós. Mas eu acho que um atleta de topo como Lewis, que está completamente focado em uma coisa, pode colocar isso de lado por mais tempo. Você pode ver isso melhor em Fernando (Alonso). Com toda a sua experiência, ele ainda dirige um carro rápido. É parecido com Lewis - concluiu.