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Desde sua saída de Rosario, quase duas décadas atrás, passando por grandes capitais europeias, defendendo alguns dos clubes mais renomados do mundo, e até mesmo conquistando a Copa no Catar, todos os caminhos de Ángel Di María levaram à tarde do último sábado, 23 de agosto de 2025: em seu sexto jogo após voltar ao clube que ama, um dos maiores jogadores da história da seleção argentina balançou as redes com um golaço, selando a vitória do Central sobre o seu eterno rival, Newell's Old Boys.
Poucos instantes depois, o Gigante de Arroyito pulsava de gratidão: "Fideeeo! Fideeeo!" Em espanhol, "fideo" se refere a macarrão, um apelido que alude à sua estrutura física — alto e esguio como um fio de espaguete. O autor do gol foi o meio-campista de 37 anos, que já viajou o mundo e conquistou tudo o que havia para ser conquistado, mas quem recebia as homenagens era provavelmente o jovem que começou nas categorias de base do Central há mais de trinta anos. E aquele que correu intensamente para uma das comemorações mais significativas de sua vida não era nem um nem outro; era um Di María que a torcida via como um reflexo.
Em um relato ao The Players Tribune em 2018, o jogador recordou sua infância desafiadora. As paredes de sua casa deviam ser brancas, mas ele as lembra em tons de cinza, e posteriormente pretas. O motivo era que seu pai trabalhava empacotando carvão, um trabalho do qual o pequeno Ángel e sua irmã também precisavam ajudar. No entanto, o garoto também era travesso e eventualmente foi diagnosticado como hiperativo. Sua mãe, desesperada com a energia incessante do menino, decidiu consultar um pediatra. Di María faz uma piada sobre esse episódio: "Como era um bom médico argentino, respondeu: 'O que se pode fazer? Futebol'".
A trajetória de Ángel Di María é uma narrativa que se repete, mas nunca é igual: o futebol transformou sua vida. E, sendo argentino como o pediatra, ele se esforçou para corresponder. Ele deixava em campo tudo que seu corpo esguio permitia — na final da Copa de 2014, ignorou todas as recomendações do Real Madrid e fez quantas infiltrações foram necessárias para estar à disposição de Alejandro Sabella. Di María fez e continua fazendo o necessário para estar à altura de sua própria história, e seu retorno ao Rosario Central comprova que ele tinha esse plano traçado desde que atravessou o Atlântico em 2007. Um título pelos canallas, ele revelou, é o único sonho que ainda falta cumprir.
Cada situação possui suas próprias características, e é impossível transformar as decisões dos outros em um julgamento diário. No entanto, expressar descontentamento é permitido: é inegável notar o retorno de Di María e o impacto que isso gerou não só entre os torcedores do Central, mas em todo o país, levando a questionar: Messi, o que você está fazendo com a sua vida? É evidente que Rosario não se compara a Miami, que talvez seja sensato checar as portas antes de ir dormir, e é igualmente recomendável ter prudência ao navegar pelo Rio Paraná, mas, mesmo assim: reflita, che Lionel.
Quando um atleta conquista a Copa do Mundo, ele passa a ser acolhido por fãs de todas as equipes — na sua volta, Di María foi recebido com a devida adoração em estádios adversários. Os apoiadores do Newell's provavelmente sentem um conflito emocional intenso ao vê-lo jogando. Pois, após ter alcançado tudo — sucesso, fama, riqueza e reconhecimento — ele retorna para cumprir a tarefa mais significativa: não exatamente para realizar o sonho de toda criança, mas para continuar sonhando.
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