Header Ads Widget

Libertadores, Copa do Brasil todas as ambições cabem no universo rubro-negro

Recent in Sports
Andrey chega a 392 minutos sem sofrer gols e exalta crescimento do Guarani
Tombense amarga maior série sem vitórias em 2025
Ponte Preta segue líder, G-8 continua embolado e equilíbrio marca a Terceirona após oito rodadas
Inter perde Alan Patrick e pode ter novas baixas para último jogo antes do Mundial
Porto Velho perde para o Ceilândia e se complica na Série D

Certa vez, um amigo flamenguista compartilhou comigo uma ideia que me marcou: "Na verdade, o torcedor do Flamengo, ou pelo menos o torcedor típico, vê o futebol como uma grande brincadeira." Ele falou isso com uma tranquilidade que apontava para a leveza que o esporte deveria transmitir, com um toque essencialmente lúdico. Frequentemente lembro dessa afirmação intrigante. Como aconteceu ontem, por exemplo, quando torcedores de todas as origens se reuniram para assistir aos sorteios da Libertadores e da Copa do Brasil.

Com seu jeito audacioso e irreverente, as bolinhas traçaram um caminho complicado para o time de Filipe Luís, enfrentando o Internacional na competição sul-americana e o Atlético-MG no campeonato nacional. Qualquer outro torcedor talvez reagisse com frustração, praguejando contra o destino e prometendo a santos desconhecidos.

Contudo, o torcedor do Flamengo, pelo menos aquele típico – um Dionísio de Madureira, um ser que caminha pelo lado festivo das ruas de Copacabana – tende a seguir um caminho distinto, longe da cautela e da contenção. Imediatamente, alguns começaram a traçar o caminho até a final da Libertadores, enquanto outros, ainda mais ousados, aventaram a ideia de escalar reservas contra o Galo, seu rival interestadual mais temido. Este texto, quero frisar, se não ficou claro, é uma defesa contundente da essência rubro-negra. Não que o flamenguista típico, esse Jim Morrison da Pavuna, hedonista desde a infância, precise de alguém para proteger sua imagem. Contudo, onde muitos enxergam arrogância, existe, na verdade, uma expressão natural e quase ingênua do que caracteriza o flamenguista – este universo singular que muitos escolheram habitar. "O futebol como uma brincadeira." E, se formos olhar bem, a vida também pode ser vista dessa maneira.

Vamos considerar. Muitos podem ser rápidos em apontar críticas, alertando que tal postura seria oportunista, especialmente agora que o clube vive seu período mais vitorioso. Mas não devemos nos deixar levar pelas narrativas contemporâneas: o torcedor flamenguista, desde que tenho consciência, sempre foi assim. O "cheirinho" do hepta em 2016, "Obina melhor que Eto'o", enfim, toda uma história marcada pelo desapego lógico e talvez até moral. Campeonatos podem ser perdidos, até alguma dignidade pode se perder, mas a inclinação para o humor deve permanecer intacta – é assim que está escrito nas doutrinas de Jorge Ben.

Os torcedores possuem diferentes formas de ver a vida. O Botafoguense, por exemplo, sempre me pareceu cético, tanto em relação ao time quanto a própria existência (vamos ver como as coisas se desenrolam após os acontecimentos de 2024). Já o torcedor rubro-negro, pelo menos o flamenguista típico, aquele que nos acostumamos a conhecer, esse Sócrates que atua na filosofia das esquinas urbanas, tão falante quanto atrevido, decidiu que a vida é curta demais para se preocupar com rivalidades – sejam elas com Internacional, Atlético, Real Madrid ou Olaria.

A conhecida metáfora que é frequentemente representada pela imagem de um anjo de um lado e um diabo do outro, simbolizando a batalha entre o bem e o mal, foi reinterpretada neste contexto flamenguista. Aqui, a dualidade tradicional foi deixada de lado, e a cena apresenta dois exuzinhos que trocam risadas um com o outro. Dessa forma, a cada oponente que é sorteado, sempre surge uma piada mordaz, que reflete a maneira como o torcedor rubro-negro vê a si mesmo e o mundo ao seu redor - o que, como sabemos, segundo a perspectiva típica do flamenguista, é absolutamente idêntico.

Postar um comentário

0 Comentários